O jornalista James Akel, de 69 anos, ganhou os holofotes da treta nesta semana, depois de criticar duramente o cartunista Mauricio de Sousa, o pai da ‘Turma da Mônica. Akel está atualmente concorrendo à uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (ABL), assim como o cartunista, mas acredita que o colega não merece a honraria.
Em uma entrevista com a revista Veja, Akel defendeu sua candidatura na ABL e alegou que histórias em quadrinho não deveriam ser consideradas literatura. Ele ainda disse que quadrinhos estão no ‘campo do entretenimento’, não no aprendizado.
O que realmente me motivou foi a candidatura de Mauricio de Sousa. Em sua carta, ele diz que “quadrinhos são literatura pura”. Isso me deixou zangado e decidi me inscrever imediatamente. Na Justiça, a toga do juiz é parte da liturgia do cargo. Ninguém tira. Da mesma forma, a letra no papel é a liturgia da literatura. Histórias em quadrinhos estão no campo do entretenimento, não da educação, como ele defende. No dia em que acabarem os livros, acabou a literatura. A ABL não pode perder sua essência.
Ao longo de sua carreira, James passou por diversas emissoras brasileiras, mas sua contribuição com a literatura um livro sobre marketing no setor hoteleiro. Questionado pela Veja se isso era motivo o suficiente para ser considerado um imortal, ele disse:
Meu livro foi muito elogiado e adotado em vários cursos de turismo, inclusive na USP. Além dele, tenho três peças de teatro escritas. Já o Mauricio só publicou gibis. Tá quatro a um para mim.
A candidatura de Mauricio de Sousa para a vaga na ABL foi enviada no dia 10 de março deste ano. O cartunista, assim como James Akel, deseja ocupar a cadeira 8, que ficou vaga desde a morte da professora Cleonice Berardinell.