Ao que tudo indica, as esperanças de um acordo para encerrar a greve dos atores de Hollywood estão muito longe do alcance. Isso porque a última reunião entre o Sindicato dos Atores (SAG-AFTRA) e a AMPTP (Alliance of Motion Picture and Television Producers), que ocorreu na última quarta-feira (11), terminou de forma desastrosa.
Segundo informado pelo próprio sindicato, a AMPTP, que representa os principais estúdios de Hollywood, abandonou a mesa de negociação sem apresentar uma contraproposta ao pedido mais recente do sindicato. Pior do que isso, eles já tinha oferecido uma proposta inferior à que haviam feito antes do início da greve.
O sindicato dos atores afirmou que “reestruturou completamente as propostas de divisão de lucros”, destacando que o valor poderia ser financiado com 57 centavos de dólar por assinante por ano. No entanto, a oferta, equivalente a aproximadamente R$ 2,88 na cotação atual, foi recusada pelos estúdios.
Ao mesmo tempo, a AMPTP emitiu um comunicado expressando sua frustração, alegando que as negociações com o SAG-AFTRA “não estão avançando produtivamente” e que a “lacuna” entre as partes é “muito ampla”.
Em comunicado exclusivo para os atores, o SAG-AFTRA acusou as empresas de se recusarem a abordar questões como a proteção dos atores contra a substituição por inteligência artificial, a elevação dos salários para acompanhar a inflação e a partilha de uma pequena parcela das vastas receitas geradas pelo trabalho dos atores.
A greve dos atores começou em julho de 2023 e trouxe à tona diversas reivindicações, incluindo melhores remunerações, melhores condições de trabalho e regulamentação no uso de inteligência artificial na indústria cinematográfica.
Vale destacar que essa greve coincidiu com a dos roteiristas de Hollywood, que encerrou em setembro. O impasse nas negociações mantém a incerteza quanto ao retorno das produções em Hollywood.