Oppenheimer, um dos grandes sucessos cinematográficos de 2023, aborda um tema marcante na história: a construção das primeiras bombas atômicas pelos Estados Unidos. No entanto, o longa dirigido por Christopher Nolan chama a atenção por não retratar explicitamente os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki.
O fato chegou ser alvo de criticas de outros cineastas, como Spike Lee, que disse que um filme de três horas de duração poderia ter separado alguns minutos para mostrar o que aconteceu com a população japonesa. Agora, em uma entrevista para a Variety, Nolan esclareceu os motivos por trás dessa escolha.
Segundo o cineasta, a decisão de não mostrar a destruição das cidades japonesas foi intencional, uma vez que o foco da trama estava na figura de Julius Robert Oppenheimer, uma referência central tanto física quanto subjetivamente:
O filme apresenta a experiência de Oppenheimer subjetivamente. Sempre foi minha intenção manter essa premissa rigorosamente. Oppenheimer ouviu falar do atentado ao mesmo tempo que o resto do mundo. Eu queria mostrar alguém que começa a compreender de forma mais clara as consequências não intencionais de suas ações. Tratava-se tanto do que não mostrei quanto do que apareceu.
Os bombardeios em Hiroshima e Nagasaki, ocorridos em 6 e 9 de agosto de 1945, respectivamente, representam um capítulo sombrio na história mundial. Eles marcam a primeira e única vez em que armas nucleares foram usadas em guerra e contra civis.
As consequências imediatas e a longo prazo desses ataques foram devastadoras, com um saldo imediato de cerca de 70 mil mortes em Hiroshima e entre 35 mil e 40 mil em Nagasaki, além de centenas de milhares de vítimas subsequentes de envenenamento radioativo.
Oppenheimer estará disponível para aluguel em plataformas digitais nos Estados Unidos a partir de 21 de novembro. A expectativa é a de que a data também se aplique ao Brasil, mas nada foi confirmado.