Muitos anos depois de seu último filme, Stan Laurel e Oliver Hardy, conhecidos no Brasil como O Gordo e o Magro, continuam sendo a dupla mais emblemática do cinema, com uma química única que agora é explorada em um novo filme, que se concentra no complicado fim de suas carreiras. Stan & Ollie, que estreia nos Estados Unidos na sexta-feira, aborda pela primeira vez os gênios do riso, conhecidos por filmes como Filhos do Deserto (1933) e Uma Luta de Risos (1937). O filme ainda não tem data de estreia no Brasil.
Ao lado de Buster Keaton e Charlie Chaplin, Laurel e Hardy encarnaram os anos dourados do cinema mudo no fim da década de 1920. O surgimento do cinema falado elevou a dupla ao estrelato mundial nos anos 1930. Mas ao invés de documentar a dimensão do sucesso, em “Stan & Ollie” o diretor Jon S. Baird apresenta dois heróis desgastados em busca de suas últimas risadas.
Laurel e Hardy deixaram Hollywood em 1944 e se voltaram, mesmo em 1953, aos teatros ingleses, ambos com mais de 60 anos. No entanto, as plateias parcialmente vazias provocaram desilusão e tensão entre “O Gordo e o Magro”.
A parceria única entre Laurel e Hardy teve que ser imaginada em boa parte porque, apesar de alguns textos e depoimentos, nenhum dos dois falou publicamente sobre ela. John C. Reilly, que interpreta Hardy, disse:
Não se tratava de replicar os filmes deles porque eles existem. Não se tratava de explicar nada sobre a vida deles que você pode encontrar na Wikipedia agora mesmo com seu telefone, em 10 segundos. Deveria ser sobre algo que ninguém sabia, exceto eles.
Com uma atuação convincente, Reilly e Steve Coogan dão vida nova à dupla: o britânico Stan Laurel, um viciado em trabalho, e o americano Oliver Hardy, um hedonista frustrado por sua forma física. Os dois compartilhavam o gosto pela comédia e também pelas mulheres, com sete casamentos no total.
Química é uma destas coisas que as pessoas falam sobre como se fosse uma chuva misteriosa que cai sobre algumas pessoas. Mas, de fato, você pode ganhar um com o outro. E Steve e eu conseguimos da mesma maneira que Laurel e Hardy conseguiram, confiando um no outro, ao acreditar um no outro, ao entender quem esta pessoa era, estando lá para ele, ajudando quando estavam no chão.
O ator também enfatizou:
Não queria que (o filme) fosse uma mancha na recordação de Laurel e Hardy. Estas pessoas são muito importantes para mim e influenciaram muito a minha sensibilidade estética. Não queria apenas parecer bem ou fazer um bom trabalho como ator. Eu fiz por este homem que eu realmente quero honrar. Isto é grande parte do porque fizemos este filme, nós dois. Para homenagear estes caras que não receberam em vida todo o reconhecimento que mereciam.