Você já assistiu Moana? Se não, dê um jeito de ver, ver de novo e de novo.

Relaxa que eu não vou dar Spoilers.

Além de ser um filme visualmente lindo, a mensagem por trás da estória é muito forte e literal.

Moana vive em uma ilha e é filha do chefe de uma tribo na Oceania. Seu pai, o chefe atual, tem tudo sob controle e as coisas funcionam bem há anos dentro das regras que ele criou. Dentro desse enredo, Moana está destinada a ser a próxima líder na ilha, mas…

Acontece que Moana, como muitos de nós, sente uma vontade enorme de conhecer o que há além dos limites seguros criados para a tribo. Mesmo ouvindo de todos que “Ninguém navega para além dos corais” ela sente que existe algo mais a chamando.

Em meio a esse turbilhão de emoções de jovens e adolescentes, a tribo começa a enfrentar problemas na colheita e na pesca. Os frutos e peixes estão morrendo e aparentemente não há solução para isso dentro da ilha. É quando Moana sugere que eles devem tentar ir além dos corais, procurar uma solução nova, mas seu pai, o chefe da tribo, tenta desencorajá-la enquanto Moana deixa claro que a forma como ele cuida da ilha pode ter funcionado até agora, mas as coisas mudaram.

Moana tem uma avó, a “louca da tribo” (que de louca não tem nada), que a aconselha seguir seu coração. Depois de muitas músicas bonitas, promessas fantásticas e lindos efeitos visuais, Moana descobre o segredo de sua tribo e motivada pela descoberta segue sozinha para tentar resolver o problema.

Acho que por aqui já deu né? Não vou estragar o filme para quem não viu, mas podemos conversar sobre a mensagem que Moana nos ensina:

É comum temermos o desconhecido.

Nos sentimos seguros na rotina. Gostamos de ter o controle de tudo. Por isso muitos sugerem que é melhor procurarmos nos relacionar com pessoas que pareçam conosco, seja na hora de escolher amigos, colegas de trabalho ou outros relacionamentos, assim não precisamos nos preocupar com gente nos contrariando.

O que nenhuma das pessoas que dizem isso parece perceber é que uma família é feita justamente de pessoas diferentes. Todo mundo discorda de um irmão ou uma prima, todos já discutimos por discordar de nossos pais. Então é desnecessário tentar estar cercados de quem só concorda conosco. Moana cresceu e aprendeu muito com seus pais, estudou as histórias de seus antepassados, mas decidiu usar esse conhecimento para fazer algo novo. Não é isso que todos queremos? Fazer e ter uma história só nossa? Descobrir algo que ninguém descobriu, nem que seja algo sobre nós mesmos?

O mais surpreendente é a linguagem visual do filme, a tribo de Moana vivia literalmente em uma ilha, isolados do mundo, longe de tudo que poderia lhes fazer mal, mas infelizmente, longe do que poderia lhes fazer bem.

Quantas vezes nos sentimos assim: Isolados, presos em uma rotina segura, controlando cada aspecto de nossas vidas? Só que a vida não liga para nossa rotina, ela não se importa se você acorda às 6h para ir trabalhar. Se tiver que acontecer um engarrafamento e te atrasar, isso vai acontecer e danem-se seus planos, a vida não espera ninguém.

Moana tem o desejo que todos temos, mesmo segura na ilha que seus pais criaram, rodeada de pessoas que a amam, ela quer conhecer mais. A mensagem do filme é muito clara. Todos vivemos essa idade, chega uma hora que nossa ilha não é mais suficiente e mesmo correndo o risco de quebrar a cara nós precisamos seguir nosso coração.

Nem todos conseguem. Alguns preferem viver para sempre na ilusão da segurança. Com a sensação de ter tudo sob controle, mas nós sabemos que um dia os ventos mudam, que mar calmo nunca fez bom marinheiro.

Eu até poderia falar do personagem Maui, mas não é todo mundo que encontra um cara que se acha o tal e mesmo assim é mal entendido por suas atitudes.

Concluindo:

Moana é um filme para todos. Para crianças que adoram cores, para adolescentes rebeldes, para jovens tentando se encontrar, mas é principalmente um filme para os pais. Que podem aprender a confiar nos ensinamentos que passaram aos filhos. Que por mais que a gente não goste, as coisas saem do controle. E que o desconhecido é só mais uma pergunta a ser respondida.

Se você se interessou e quer saber mais, dá uma olhada no último vídeo do Matheus no Cabeidevê.