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    Nosferatu de 1922 quase foi apagado da história por conta de processo da Viuva de Bram Stoker

    O clássico de 1922, dirigido por F.W. Murnau, quase foi destruído em um processo movido pela viúva de Bram Stoker por uso não autorizado de Drácula. Porém, algumas cópias sobreviveram, permitindo que a obra se tornasse um marco do Expressionismo Alemão e inspirasse gerações.

    Apesar do sucesso inicial do remake de Nosferatu lançado em 2024, o original não teve essa mesma sorte. Original, na verdade, é uma palavra meio forte… Isso porque o filme Nosferatu, lançado em 1922, foi acusado de ser uma cópia completa de Drácula, o romance de Bram Stoker publicado em 1897.

    Na época, o escritor já estava morto, mas sua viúva Florence Balcombe moveu uma ação judicial contra o filme, que exigiu não apenas uma indenização, mas também a destruição de todas as cópias do filme.

    Max Schreck em cena de “Nosferatu”, dirigido por F.W. Murnau em 1922 | Foto: Reprodução

    E essa medida quase aniquilou a produção. Tanto que Prana-Film, produtora fundada em 1921 com a proposta de criar obras macabras que flertassem com o ocultismo, faliu depois do processo. Ainda assim, algumas cópias resistiram e circularam discretamente, garantindo a sobrevivência de Nosferatu.

    Para contornar a falta de licenciamento, Murnau e o roteirista Henrik Galeen trocaram os nomes originais de Drácula. O conde vampiresco transformou-se em Orlok, e a história deixou Londres para se ambientar na Alemanha, aproximando-se do público local. Mesmo assim, as semelhanças com o livro de Stoker não deixavam dúvidas sobre a inspiração — fato que a própria Florence Balcombe reconheceu nos tribunais.

    O filme não apenas sobreviveu, mas se tornou um símbolo do Expressionismo Alemão. As cenas das sombras de Orlok projetadas nos cenários e a atmosfera densa idealizada por Murnau marcaram época. A performance de Max Schreck como vampiro influenciou desde obras literárias, como A Hora do Vampiro (1975), de Stephen King, até produções recentes, como a comédia O Que Fazemos nas Sombras (2014), de Taika Waititi.

    Max Schreck em cena de “Nosferatu”, dirigido por F.W. Murnau em 1922 | Foto: Reprodução

    O impacto de Nosferatu também fez Bram Stoker, mesmo morto, alcançar novos públicos. Florence Balcombe, depois de testemunhar o sucesso do filme alemão, permitiu uma adaptação teatral de Drácula em 1924. Nos palcos, Bela Lugosi brilhou a ponto de a Universal Pictures adquirir os direitos para a adaptação cinematográfica em 1931, inaugurando a era de ouro dos “Monstros da Universal“.

    Graças às cópias que escaparam da destruição, Nosferatu foi restaurado e se tornou domínio público, preservando seu lugar como um dos pilares do cinema de horror. Em 1979, Werner Herzog produziu seu remake, Nosferatu: O Vampiro da Noite, e agora, em 2025, o diretor Robert Eggers (A Bruxa) assina mais uma releitura da história de Orlok, atualmente em cartaz nos cinemas brasileiros.

    A produção original de 1922 pode ser assistida na íntegra no YouTube, comprovando que o legado de Nosferatu permanece vivo e influente. Das trincheiras da Primeira Guerra Mundial, onde Albin Grau se inspirou em lendas e aranhas sugando presas indefesas, aos cinemas de hoje, a figura sombria do vampiro segue como referência fundamental do gênero.

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