O animador e roteirista Jorgen Klubien se orgulha muito de sua contribuição para um dos maiores clássicos da animação americana, O Rei Leão. Ele ajudou a criar o conceito de cenas-chave do filme, e recebeu crédito de “história” quando o longa-metragem foi lançado, em 1994.

No entanto, como revela o “The Hollywood Reporter”, Klubien e outros 16 roteiristas que participaram da animação não receberão crédito, e consequentemente não devem receber nenhum dinheiro de direitos autorais, pelo remake que chega aos cinemas em 18 de julho de 2019.

Como eles puderam não colocar o meu crédito? Como eles podem simplesmente apagar a minha contribuição?

O roteirista é vítima de uma tecnicalidade ultrapassada da indústria da animação, cujos roteiristas não se juntaram ao sindicato da categoria (o WGA, ou Writers Guild of America) até 1994, precisamente o ano do lançamento de “O Rei Leão”. Como resultado, o clássico da Disney foi concebido sob as regras de uma instituição com bem menos influência na indústria, a TAG (The Animation Guild), específica para filmes animados.

Assim, o roteiro original de O Rei Leão é tratado pela Disney da mesma forma que um livro ou história em quadrinhos seria: o estúdio só é obrigado a pagar pelos direitos autorais uma vez. Ou, nesse caso, nenhuma, já que a história foi concebida por contratados da Disney.

O mesmo deve acontecer com outras adaptações em live-action de clássicos animados da Disney planejadas para 2019, como Dumbo (28 de março) e Aladdin (23 de maio). Para o pesquisador Matt Stahl, especialista na indústria de animação, está na hora dessas regras serem mudadas.

É basicamente tudo política. Em certo momento, as circunstâncias permitem que determinados grupos de criadores clamem direitos autorais, e outros não. Alguns empregados tem a possibilidade de ameaçar greves, e os empregadores cedem às exigências, institucionalizando determinados sistemas.