Em meio a um cenário de negociações tensas, a greve dos atores de Hollywood continua, com o uso da Inteligência Artificial no centro do impasse. O SAG-AFTRA, sindicato que representa os atores, ainda não ratificou a proposta final dos estúdios, citando preocupações significativas com a utilização da tecnologia de IA.
Conforme a declaração oficial do sindicato, o comitê de negociação abordou a oferta final dos estúdios, concentrando-se especialmente em uma cláusula relativa ao uso de IA:
Nesta manhã, nossos negociadores responderam formalmente a ‘última, melhor e definitiva’ oferta da AMPTP [Associação dos Estúdios de TV e Cinema de Hollywood].
Saiba que todos os membros do nosso comitê de negociação estão determinados a garantir o acordo cedo para concluir a greve de forma responsável. Há vários itens que ainda não estamos entendidos, incluindo inteligência artificial. Manteremos vocês informados com o desenrolar dos eventos.
Fontes do The Hollywood Reporter revelam que a oferta dos estúdios inclui uma cláusula que permitiria a digitalização e utilização das imagens dos atores da Categoria F, aqueles que recebem remuneração mínima, sem consentimento posterior ou compensação adicional.
A proposta parece visar a criação de um banco de imagens de figurantes para uso via IA. Além disso, a oferta estende essa prerrogativa para atores já falecidos, permitindo a recriação digital sem necessidade de aprovação ou remuneração para as famílias ou representantes.
O sindicato tenta negociar essas condições extremamente duvidosa, recebendo apoio de atores renomados de Hollywood, que alertam sobre os riscos para os membros mais vulneráveis da classe. Uma das medidas propostas pelo SAG-AFTRA é a instituição de uma taxa de uso, exigindo que os estúdios paguem sempre que empregarem a versão digital de um ator.
A resistência dos estúdios em adaptar os termos relacionados à IA pode prolongar a greve até janeiro de 2024, trazendo possíveis cancelamentos massivos de filmes e séries.