Antes de mais nada, é importante dizer que este post é especial! Muito mais do que especial. Ele representa uma grande conquista do Cinemagem e, por que não dizer, dos nossos amados leitores. Esta crítica é a primeira (de muitas e muitas) patrocinadas pelo Cine Center.
Caso você não seja de Sinop, no Mato Grosso, o Cine Center é um cinema que preza pela qualidade. São duas salas, uma com capacidade para 200 pessoas e outra para 70 pessoas, ambas climatizadas, com ambiente agradável, poltronas confortáveis e uma bomboniére maravilhosa.
O local também conta com sistema de som super moderno, o Dolby Digital 7.1. Isso sem falar no sistema de projeção, que também se destaca, sendo o 3D Digital e o HD Digital.
E agora, através de uma grande parceria que só se realizou graças ao meu professor Marcos Silva e ao Ivan Barbosa, da agência Studio1, o Cine Center passou a fornecer entradas exclusivas para dois colunistas do Cinemagem: Eu e a Talita Galbiati, que já está preparando a sua próxima crítica. Sendo assim, só posso agradecer imensamente a toda equipe do Cine Center e do Studio1.
Agora, vamos ao filme. 🙂
Mais uma adaptação
Eu não assisti nenhuma das outras dezenas de adaptações de Tarzan para o cinema. Nenhuma, exceto a animação da Disney, é claro. Dessa forma, a minha visão sobre esse novo lançamento era, de certa forma, um pouco equívoca. E esta foi a primeira coisa que pesou enquanto eu assistia aos minutos iniciais.
Eu sempre pensei: Como o Tarzan pode ter sido criado entre macacos, sem contato com a civilização e ainda ter o cabelo sedoso (eu que não vivo entre macacos quase morro pra cuidar do meu!), a pele maravilhosa, os dentes perfeitos e ainda andar ereto. Mas o filme foi bem feliz e mostrar outra realidade. Ele teve até a estrutura óssea alterada por andar muito tempo de quatro, com as mãos no chão.
Esse pode ser um ponto meio tosco para começar, eu sei, mas isso sempre me incomodou neste personagem e, já que este é um filme mais realista, eu queria ver como eles tratariam este tema.
O filme vai por um caminho oposto ao que esperaríamos de uma nova apresentação do personagem ao público. Ao invés de se focar na sua origem, decide contar uma nova história, que se passa alguns anos depois do Tarzan ter abandonado a selva e se transformado (ou voltado a ser) o lorde John Clayton III. Este fato inusitado tem sido apontado por algumas pessoas como a maior falha do filme, mas eu discordo.
A inversão do papel possibilitou ao ator Alexander Skarsgård mostrar o quão bom ele é. Sua postura vai mudando ao longo do filme. Nos primeiros momentos o vemos com um homem arrogante, de certo modo, que se esconde em uma casca de lorde, mas que anseia por liberdade. Quando ele volta para a selva, seu personagem se transforma e isso é perceptível, ainda de seja sutil, na sua atuação. O brilho de seus olhos muda.
Mas, talvez, isto não seja suficiente.
O filme tem muitos problemas e alguns deles podem incomodar. A começar pelo próprio roteiro que, ainda que seja inusitado, de inovador não tem absolutamente nada. Nada mais do que a Jornada do Herói seguida quase que a risca.
Mas, se você acompanha as minhas críticas, sabe que o que eu mais prezo em um filme é o quanto ele me diverte enquanto eu assisto. E, neste quesito, A Lenda de Tarzan é um ótimo filme. Ele não mente. Assim como Independence Day: O Ressurgimento, o filme sabe que não será um grande épico dos nossos tempos e nem se esforça para ser. Ele simplesmente diverte.
Grandes momentos
Mas não se engane pensando que isso faz com que ele seja um filme largado. A cenas belíssimas e cheias de poesia, como quando os macacos (liderados pelo irmão macaco do Tarzan) vão resgatá-lo na região do perigoso Chefe Mbonga (Djimon Hounsou). A cena é linda de se ver.
Também há bons momentos de ação. Os malabarismos nas árvores estão bem críveis e as cenas de luta me fizeram prender a respiração em alguns momentos. Principalmente quando a incrivelmente linda Jane Porter (Margot Robbie) é perseguida por um hipopótamo enfurecido e quando o Tarzan luta pela primeira vez com seu irmão.
Maus momentos
Por outro lado, uma cena que me soou um pouco estranha foi um determinado momento quando eles se balançam em cipós para alcançar um trem. Me lembrou o Homem-Aranha, que praticamente voa por vários quilômetros sem que consigamos entender onde diabos a teia está presa. Mas, isso são apenas detalhes.
E tem também o George Washington Williams (Samuel L. Jackson), que é o alívio cômico do filme e que até que funcionou bem, embora eu goste mais de vê-lo em papeis dramáticos.
Mas, infelizmente eu preciso dizer, o que mais me decepcionou no longa foi… Christoph Waltz! Nunca achei que eu fosse dizer isso na vida, mas ele não fez diferença no filme. Seu personagem é raso e estranho, sendo covarde e fraco em um momento e forte e valente em outro. E fica confuso saber se o vilão é mesmo ele ou o Chefe Mbonga.
Isso pode ser considerado um erro do diretor David Yates, que não soube aproveitar o ator incrível que ele tinha ao seu dispor. Um pena.
Resumindo…
O filme me agradou bastante em alguns pontos e me decepcionou em alguns outros. Mas isso é normal, não é mesmo? Só tenho dúvidas quanto a sua expectativa de vida. Até quando as pessoas falarão dele?
Eu me lembro exatamente da primeira vez que assisti à adaptação da Disney. Me lembro até das outras dezenas de vezes que o assisti depois. Mas será que isso vai se repetir com o este novo filme? Acho muito difícil. E a proposta é outra, também.
Eu torço por uma continuação. Fiquei curioso para saber das histórias que ele viveu antes mesmo da Jane. O filme foi feliz neste ponto, mostrando que o herói tinha grande amigos (animais) na selva e que já havia vivido muita coisa com eles. Eu gostaria muito de assistir um prólogo para esta história.
Desta forma, só me resta esperar…