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    Artistas de efeitos da Marvel estão formando sindicato para combater más condições de trabalho

    Depois de várias denúncias sobre condições insalubres, profissionais de efeitos visuais buscam unir forças com a IATSE

    Depois de uma série de denúncias anônimas expondo as condições de trabalho precárias, e se unindo ao fervor trabalhista que vem tomando conta de Hollywood, os artistas de efeitos visuais ligados à Marvel Studios estão cogitando a sindicalização.

    Mais de 50 desses profissionais da gigante do entretenimento já assinaram autorizações visando integrar a IATSE (Aliança Internacional de Teatro e Funcionários de Palco). Esta entidade já representa diversos segmentos vitais da indústria do entretenimento, incluindo funções como design de produção, edição, maquiagem e figurino.

    Com isso, está programada uma votação para determinar se tal filiação atende de fato aos interesses desses artistas. Matthew Loeb, líder da IATSE, louvou a iniciativa, citando a recente onda de greves protagonizadas por roteiristas e atores de Hollywood:

    Estamos vendo uma solidariedade sem precedentes que desafia as velhas normas da indústria, destacando que todos estamos unidos neste movimento. Os profissionais do entretenimento estão defendendo não apenas os próprios direitos, mas também os dos colegas. É um momento significativo.

    Making of de “Vingadores: Ultimato” | Créditos: Marvel Studios

    Em meados de 2022, a Marvel foi apontada, através de denúncias anônimas, como um ambiente tóxico para artistas de efeitos visuais. Alegações indicam que a empresa utiliza seu poder dominante no mercado para pressionar profissionais com salários baixos, longas jornadas de trabalho e demandas muitas vezes injustificáveis.

    Mark Patch, um dos organizadores desta iniciativa sindical, destacou que este é um momento histórico. Ele afirmou que os artistas de efeitos visuais buscam os mesmos direitos já concedidos a outros profissionais da indústria, como atores e roteiristas.

    Por quase meio séculos, trabalhadores da indústria de efeitos visuais foram negados da mesma proteção e benefícios que seus colegas de trabalho e equipe de Hollywood aproveitavam desde o início da indústria cinematográfica. Esse é um passo histórico para artistas visuais unirem suas vozes para pedir respeito pelo trabalho que fazemos.

    Bella Huffman, uma coordenadora de efeitos visuais, ilustrou a situação alarmante da categoria, mencionando condições como prazos irrealistas, longas horas de trabalho e remunerações injustas.

    Não temos prazos dignos, horas de trabalho bem definidas e nem salários justos. O departamento de efeitos visuais precisa se tornar um ambiente sustentável e seguro para todos que sofrem há tempo demais, e para todos os novatos saberem que não serão explorados.

    O avanço dessa sindicalização pode culminar em uma greve por parte desses artistas, dado o crescente clamor por melhores condições de trabalho. Entretanto, essa possibilidade, por ora, ainda permanece no campo das especulações.

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    Matheus Prado
    Matheus Pradohttps://matheusprado.com.br/
    Matheus Prado é cineasta, escritor, crítico de cinema e professor universitário. Acredita que a vida é um mar profundo e que devemos nos aventurar além da superfície. Escreveu e dirigiu dois longas-metragens e vários curtas.

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