A ganhadora do Oscar de melhor atriz por Cisne Negro (2010), Natalie Portman estreia como diretora em longas, com o drama de época “De Amor e Trevas”.
Nascida em Jerusalém, mas radicada desde criança nos Estados Unidos, Natalie passou anos estudando a adaptação do roteiro do livro homônimo do escritor israelense Amos Oz, que explora as suas memórias infanto-juvenis de Amos (Amir Tessler), de 12 anos e a estreita relação com a mãe, Fania. Portman interpreta a mãe do escritor durante sua infância.
Passada na Palestina, por volta de 1945, a história mostra um contexto histórico conturbado, especialmente a partir da criação do Estado de Israel e da eclosão dos conflitos entre árabes e judeus. Porém o foco da diretora não é o campo político. Ela dedica a maior parte do tempo a relação especial entre mãe e filho.
Polonesa que escapou do Holocausto, Fania é culta e romântica. Alimentava as maiores expectativas ao casar-se com um escritor (Glad Kahana). Mas o relacionamento entre os dois é, quase todo o tempo, frio e distante. Sensível, Fania compensa sua solidão emocional em longas conversas com seu filho, contando fábulas ou histórias do passado, estimulando a imaginação de Amos.
Falado em hebraico, “De amor e trevas” mostra uma narrativa que procura dar conta destes conflitos familiares, da peculiaridade da situação da mulher inteligente sufocada pelas limitações de seu tempo e lugar e mostra um pouco da política da época. Longa segue em cartaz.