Mesmo sendo a precursora dos serviços de streaming no mundo, a Netflix não anda com a moral muito alta entre os assinantes e muito menos entre os produtores de conteúdo. Isso porque, depois de começar a cobrar pelo compartilhamento de senhas, uma medida polêmica que gerou atritos com o Procon, a empresa está considerando aumentar o valor das assinaturas novamente para lidar com os efeitos das greves de Hollywood.
Segundo informações do The Wall Street Journal, a decisão do streaming de alterar os preços só depois do fim da greve é estratégica, uma vez que muitas produções seguem paralisadas. Com o término da paralisação, uma nova leva de filmes e séries chegará ao catálogo da plataforma, o que poderia justificar os novos valores.
Também há outros elementos a se considerar. Parte da demanda dos atores é o pagamento dos residuals (valores residuais), que se refere as exibições nos serviços de streaming. Caso o acordo ocorra e o pagamento seja aceito, as plataformas precisarão aumentar suas fontes de renda para cobrir os novos custos.
Dessa forma, não será incomum se todos os outros serviços de streaming também anunciem reajustes nos dias que se sucederem ao fim da greve dos atores.
Falando exclusivamente sobre a Netflix, a reportagem do The Wall Street Journal destaca que o aumento proposto afetaria diversos mercados em escala global, com início previsto nos Estados Unidos e Canadá. Contudo, ainda não está claro em que medida as assinaturas serão impactadas, caso o ajuste seja implementado. A Netflix preferiu não comentar oficialmente sobre o assunto.
E também vale ressaltar que, mesmo com a especulação, a greve dos atores de Hollywood continua em curso. O SAG-AFTRA, sindicato que representa os atores, e a AMPTP, a entidade que representa os estúdios, realizaram uma reunião na última segunda-feira (02), mas não conseguiram firmar um acordo.