James Cameron, o renomado diretor responsável por clássicos do cinema, como Exterminador do Futuro, Avatar e Titanic, manifestou suas preocupações quanto ao papel das inteligências artificiais na indústria cinematográfica.
Em entrevista à CTV News, o produtor canadense questionou a capacidade das IAs de criarem roteiros que conectem emocionalmente com o público, destacando que essas tecnologias apenas reproduzem o que outras pessoas já disseram:
Pessoalmente, eu não acredito na habilidade de uma mente sem corpo, que está só reproduzindo o que outras mentes com corpo já disseram — sobre a vida que elas tiveram, sobre amor, mentiras, medo, mortalidade — e colocando tudo junto em uma salada de palavras. Não acredito que um material como esse é capaz de tocar o público […] Vamos esperar 20 anos. Se, nesse tempo, uma inteligência artificial ganhar o Oscar de melhor roteiro, podemos conversar sobre.
Cameron também fez um alerta em relação aos perigos armamentistas da tecnologia, remetendo ao lançamento de seu filme Exterminador do Futuro em 1984.
Eu avisei em 1984, e vocês não ouviram. […] Acredito que o armamento de IAs é o maior perigo. Acho que teremos o equivalente à corrida nuclear com as IAs, e os governos pensarão: ‘se não a construirmos, outros caras irão’. E essa situação vai escalar.
No cenário atual, o debate sobre o uso de IAs no entretenimento ganhou destaque devido às paralisações de roteiristas e atores de Hollywood, que clamam por regulamentações mais rigorosas no emprego dessa tecnologia.
As questões levantadas por James Cameron têm o objetivo de incentivar reflexões sobre os rumos da indústria cinematográfica e a necessidade de equilibrar o avanço tecnológico com as nuances da criatividade humana.