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    Roteiristas de Hollywood entram em greve depois de fracasso em negociações com estúdios

    A crise envolve queda nas receitas de publicidade de TV e a explosão dos serviços de streaming. Última greve do setor aconteceu há 15 anos e custou US$ 2,1 bilhões à economia da Califórnia.

    Os roteiristas de cinema e televisão de Hollywood iniciarão uma greve nesta terça-feira (2), depois da falha nas negociações com os estúdios de produção, como a Disney e a Netflix. A classe exigia maiores salários para os profissionais e já tinha sido anunciada no mês passado, em uma votação histórica.

    Esta será a primeira greve em 15 anos, em 2007. A última paralisação durou 100 dias e custou US$ 2,1 bilhões à economia da Califórnia, além de ter afetado produções de cinema e TV. Pensando nisso, podemos dizer que essa nova paralização pode ter um impacto imediato na gravação de programas de TV.

    O Sindicato dos Roteiristas da América (WGA) aprovou a realização de uma greve no mês passado, caso as negociações com os estúdios fracassassem, o que envolve mais de 11 mil trabalhadores. A categoria argumenta que os salários foram prejudicados pela revolução do streaming, que resultou em temporadas de TV mais curtas e pagamentos residuais menores.

    Em comunicado, a WGA anunciou que:

    As respostas dos estúdios às nossas propostas foram totalmente insuficientes, dada a crise existencial que os escritores estão enfrentando.

    A Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMTPT), que representa alguns estúdios como Disney e Netflix, afirmou ter oferecido “aumentos generosos” durante as negociações. No entanto, a questão das propostas que exigiriam que uma empresa contratasse um certo número de escritores para um programa por um período de tempo especificado, seja necessário ou não, tem sido um ponto de discórdia.

    Outro ponto em negociação é o uso de Inteligência Artificial (IA). O WGA quer uma garantia de que os estúdios não usarão o recurso para criar scripts a partir de trabalhos anteriores, ou que os escritores completem rascunhos criados por IA.

    A crise que afeta as produções de Hollywood também envolve a queda na receita publicitária das emissoras de TV, além do constante avanço do streaming.

    Impacto na Industria

    A greve pode interromper imediatamente a gravação de programas de TV. Os primeiros afetados devem ser os talk-shows, como Jimmy Kimmel Live e The Tonight Show with Jimmy Fallon, que terão que recorrer a reprises enquanto a greve continuar.

    As novelas que passam durante a manhã e tarde nos Estados Unidos também devem ser interrompidas, já que os capítulos são gravados pouco depois de serem escritos.

    No entanto, as séries, comédias e dramas que vão ao ar no horário nobre não devem sofrer impactos significativos num primeiro momento, porque existe um intervalo maior entre a produção do roteiro e a gravação. Dessa forma, as temporadas devem ser finalizadas sem problemas.

    No entanto, se a greve durar muito tempo, a estreia de novas temporadas de programas e séries de televisão pode atrasar. Nos Estados Unidos, as emissoras costumam estrear uma nova programação no outono do hemisfério norte, em meados de setembro.

    A Netflix disse que manterá o catálogo renovado com produções feitas fora dos Estados Unidos. No entanto, séries norte-americanas podem ser afetadas se a greve se prolongar.

    Já em relação ao cinema, o impacto deve ser menor, uma vez que os filmes demoram meses para ser gravados. Atualmente, os estúdios possuem um fluxo de produções já escritas e gravadas para lançamento.

    Telejornais e reality shows não devem ser afetados, já que os funcionários são representados por sindicatos diferentes.

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    Matheus Prado
    Matheus Pradohttps://matheusprado.com.br/
    Matheus Prado é cineasta, escritor, crítico de cinema e professor universitário. Acredita que a vida é um mar profundo e que devemos nos aventurar além da superfície. Escreveu e dirigiu dois longas-metragens e vários curtas.

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