Alunos e professores do curso de Cinema e Mídias Digitais da Faculdade Fastech realizaram a primeira Noite de Terror, nesta sexta-feira (27). Gratuito e aberto para a comunidade, o evento busca apresentar produções autorais dos alunos e proporcionar um mergulho no fascinante universo do cinema de terror e horror.
Com uma programação cuidadosamente elaborada e cheia de novidades, a Noite de Terror atraiu tanto entusiastas do gênero quanto amantes do cinema em geral.
A primeira parte da programação ofereceu aos participantes a oportunidade de viajar no tempo, com a exibição do clássico curta Frankenstein, de 1910, dirigido por J. Searle Dawley. Este filme icônico é uma peça chave na história do cinema de terror e proporcionou uma visão única dos primórdios do gênero.
Considerada a primeira adaptação do livro de Mary Shelley, que foi lançado em 1818, o curta apresenta uma narrativa condensada da história original, focando-se na criação do monstro pelo Dr. Frankenstein e nas consequências trágicas desse ato. Devido às limitações técnicas da época e à duração limitada dos filmes mudos, a história é contada de forma bastante simplificada em comparação com adaptações posteriores.
A interpretação do monstro de Frankenstein é notável por sua caracterização, com o ator Charles Ogle desempenhando o papel de forma impressionante, considerando as possibilidades limitadas de maquiagem e efeitos especiais da época. O filme destaca a tensão e o medo que a criatura evoca, contribuindo para a atmosfera de horror.
Uma característica marcante do curta-metragem é a técnica de edição, que incorpora uma série de cortes e transições, criando um senso de mistério e agitação. Essa abordagem de edição inovadora ajudou a estabelecer um estilo que se tornaria característico do cinema de terror. Você pode assisti-lo abaixo:
Monstros em seus Primórdios
Em seguida, o pesquisador e Prof. Me. Vinícius Dallagnol Reis (Nyll) ministrou a palestra Monstros em seus Primórdios: os Primeiros Curtas-Metragens de Terror e Horror. Sua apresentação detalhista, histórica e ricamente ilustrada cativou o público, lançando luz sobre a evolução do gênero ao longo dos anos.
Nyll montou uma timeline completa com os primeiros curtas-metragens do gênero, apresentando suas características e reforçando a importância histórica de cada uma. Falando ao cinemagem, ele reforçou a importância do evento para os alunos e como essa atividade reforça a ideia de coletivo:
Como uma pessoa que pesquisa literatura e cinema, vejo que a literatura ainda tem essa herança de algo que era feito muito individualmente. E o cinema surge dessa forma paradoxal, numa época industrial, em que as pessoas estavam ficando distantes da sua própria produção. Então, ainda mais agora, que estamos retornando de uma pandemia, o cinema de terror e o cinema como todo, funciona para fazer a gente se reaproximar. Tentar juntá-las a partir de um sentimento que é tão antigo, como o medo.
Ainda falando sobre essa ideia de medo no cinema, Nyll continuou:
O medo é um sentimento muito primordial, muito primitivo. E que apesar de tudo o que a gente tem hoje contra o medo, ele sempre dá um jeito de voltar à tona. Podemos usar a comparação dos filmes de zumbi: é aquela coisa que não morre nunca. Ele sempre retorna de alguma forma pra nos assombrar. E a única forma de você superar esse assombro, acredito eu, é dividindo ele com outras pessoas.
Coletânea Penumbra
E a noite se encerrou de forma arrebatadora com a exibição da coletânea de curtas Penumbra, produzida pelos talentosos alunos do segundo semestre do curso de cinema da Faculdade Fastech.
Os filmes, repletos de suspense e criatividade, levaram o público a uma viagem através de diferentes perspectivas do terror contemporâneo. Depois da exibição, os realizadores participaram de um animado bate-papo, compartilhando suas experiências e respondendo às perguntas dos espectadores.
A Noite de Terror da Faculdade Fastech não apenas proporcionou entretenimento de alta qualidade, mas também serviu como uma oportunidade educacional única para explorar a rica história do cinema de terror.