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    Wagner Moura diz: “As drogas deveriam ser legalizadas”

    Wagner Moura soltou uma declaração polêmica durante uma entrevista ao site EGO. O ator que interpretou o traficante Pablo Escobar na série Narcos, dirigida por José Padilha para a Netflix, revelou ser a favor da legalização das drogas no Brasil e que outros países devem aos poucos pensar no mesmo.

    “Eu acho que não só no Brasil, mas toda a política de combate às drogas na América Latina segue um pouco a política de combate às drogas dos EUA, que é uma política de enfrentamento e de repressão. A gente nota que com o tempo as coisas vão mudando. Hoje em dia o consumidor já não é tão criminalizado em todos os países. Eu acho que é um processo sem volta no sentido de legalização das drogas. É uma opinião que eu tenho, que talvez demore para acontecer, mas qualquer análise mais aprofundada – e eu não sou especialista em drogas nem nada -, não resiste ao fato de que os óbitos com relação ao abuso de drogas são muito menores em quantidade do que os óbitos da guerra contra o narcotráfico. A quantidade de dinheiro gasto com segurança pública é muito maior do que se gastaria com saúde pública. Para mim, as drogas são um caso de saúde pública, muito grave, muito sério. Não é não levar em conta o problema das pessoas com drogas, mas é um problema de saúde pública.”

    Falando sobre a série, Wagner disse que se mudou para a Colômbia, pois queria aprender espanhol o mais rapidamente e da melhor maneira possível. Em Medellín, onde a série foi gravada, ele descobriu seu lado latino-americano e agora fala com orgulho do momento especial vivido enquanto rodava o novo projeto.

    “Vou te falar com sinceridade: a coisa mais legal de ter feito essa série foi o fato de que nós, brasileiros, ainda ficamos um pouco distantes do sentimento de sermos latino-americanos pelo fato da gente ser um país gigante que fala português, consome sua própria cultural e tal. A Colômbia é um país em que sempre me senti muito acolhido e muito em casa. Eles são muito parecidos com a gente… gente aberta, que gosta de pegar e falar. O mais legal do fato de ter trabalhado com mexicanos, argentinos, colombianos, chilenos, foi trazer essa sensação de ser latino-americano, de pertencer a uma cultura maior que a nossa própria.”

    Na Colômbia, além de descobrir seu lado latino, Wagner observou e aprendeu muito. E voltou para o Brasil com a sensação de que podemos nos inspirar no país vizinho – mesmo tendo um histórico de violência e um panorama político ainda complicado – em muitos aspectos. Um deles está em construções que valorizam a população mais pobre dos grandes centros urbanos.

    “Eu fico impressionado que o que está à vista é um investimento em cidadania. No sentindo de que as obras lá são assim: em uma favela gigante de Medellín tem a biblioteca mais linda que eu já vi na minha vida! Prédio lindo, feito por um arquiteto top, cheia de computador. Essas coisas que geralmente no Brasil são feitas no asfalto e olhe lá”, disse.

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    Matheus Prado
    Matheus Pradohttps://matheusprado.com.br/
    Matheus Prado é cineasta, escritor, crítico de cinema e professor universitário. Acredita que a vida é um mar profundo e que devemos nos aventurar além da superfície. Escreveu e dirigiu dois longas-metragens e vários curtas.

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